A Administração do Porto de Lisboa desenvolveu um projeto pioneiro em Portugal destinado à observação de Golfinhos no Rio Tejo, em Lisboa. Trata-se de uma iniciativa desenvolvida em parceria com a ANP|WWF (Associação Natureza Portugal | World Wide Fund For Nature) e o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente com o ISPA (Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida), tendo por objetivo perceber padrões espaciais e sazonais de utilização do estuário do rio por parte de cetáceos, como o golfinho comum.
O Observatório “Golfinhos no Tejo” está instalado no Centro de Coordenação e Controlo de Tráfego Marítimo e Segurança do Porto de Lisboa (Torre VTS), em Algés, local privilegiado para detetar os golfinhos que visitam o estuário.
Conta com uma equipa de investigadores e voluntários treinados na observação marinha e registo científico, que observam continuamente a zona do baixo Estuário do Tejo à procura de cetáceos, registando também as atividades humanas, as condições atmosféricas, entre outros fatores. A informação recolhida servirá para o desenvolvimento de teses académicas, artigos científicos e outros trabalhos de divulgação científica, bem como para servir de base para uma divulgação mais alargada ao público em geral.
Observar com vários meios
No terraço da Torre VTS está instalado um posto de observação com binóculos que permitem observar o rio desde a Ponte 25 de Abril e um telescópio que proporciona uma visão mais pormenorizada, em particular da zona mais próxima da margem sul. Num tripé, está instalada uma câmara de filmar que também regista os avistamentos.
A observação é complementada com a ajuda de registos acústicos, obtidos através de um sensor/gravador instalado dentro de água (que à tona se identifica por uma bóia verde), junto à Torre VTS para que seja possível ouvir as vocalizações dos mamíferos (cada golfinho tem uma vocalização única, o que permite a sua identificação).
O projeto conta ainda com uma vertente mais próxima do olhar, com “saídas de mar” para registo fotográfico. É que também através das barbatanas dorsais é possível perceber se são sempre os mesmos golfinhos, já que é quase como uma impressão digital.
Há cada vez mais golfinhos no Tejo
Ao longo dos anos, estes simpáticos e inteligentes mamíferos têm aparecido com frequência na zona, mas pouco se sabe sobre eles. Que espécies nadam no Tejo? São sempre os mesmos grupos? O que vêm cá fazer? Quantos são? São estas algumas das perguntas para as quais a investigação em curso quer encontrar explicações.
Enquanto aguardamos as respostas a estas perguntas vamos continuar a navegar pelo rio Tejo sempre na expectativa de novos avistamentos!